domingo, 7 de dezembro de 2008

Crise?

DE DEZEMBRO DE 2008 - 19h06
Indústria da crise: as ações da mídia no governo Lula
Desde que Luiz Inácio Lula da Silva chegou à presidência da República, a mídia se posicionou contraria à vontade das urnas e assumiu o papel de oposicionista juntamente com os partidos conservadores que sempre financiaram seus serviços, o PSDB, DEM/PFL e agora o PPS.

Por Carlinhos Medeiros, no blog Bodega Cultural
Se nos melhores momentos vividos pelo Brasil no governo Lula, com a criação de milhões de empregos com carteiras assinadas, indexação do salário mínimo acima da inflação, inflação sob controle e crescimento econômico sustentável a mídia inaugurou a indústria da crise, imagine agora com o colapso financeiro mundial ocasionado pela falta de planejamento adequado e responsável dos Estados Unidos.

Existe uma ansiedade visível, uma expectativa insigne de que seus efeitos apareçam por aqui o quanto antes e provoque os piores estragos possíveis e imagináveis para transformá-los em votos para o demotucanato.

A Folha de S.Paulo é a mais agourenta. Todos os dias saem de suas páginas online os "efeitos da crise" no Brasil e a teimosia de Lula em dizer que a onda é marolinha, mas a Globo é recordista em alarmes falsos.

“Montadoras têm 300 mil veículos e R$ 12 bi parados nos pátios”, “Dólar dispara e chega a R$ 2,50, a maior cotação desde 2005”, “Bolsa despenca”, “Petrobrás está falida” — com o olhar e o sorriso demoníaco dos presidenciáveis do PSDB, observando como chacais a hora de correr em cima da carniça,

Trabalhei com o Miguel Jorge numa grande montadora, de 1994 a 2000. Lembro-me que em 1996 tivemos que montar uma mega-operação de vendas com as concessionárias para colocar no mercado 400 mil veículos importados parados nos pátios e no Porto de Santos, nunca visto antes na história da indústria automobilística.

Montamos plantões de vendas direta em todos os shoppings do Brasil. Ao cabo de um mês, todo o estoque havia sido vendido e sem o estardalhaço da mídia, porque o chefe da nação era o privateiro sociólogo FHC.

"Tem horas que me sinto um Dom Quixote. Às vezes me sinto sozinho tentando pregar o otimismo", disse o presidente para uma platéia de artistas e intelectuais durante cerimônia de lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual, no Palácio Gustavo Capanema.

Tá sim, Lula. Tá sozinho para os jornalões venais, mas não para os 70% de brasileiros que continuam otimistas e confiantes em você, como mostram os dados que eles precisam publicar, já que são os próprios que encomendam as pesquisas.

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